História

Carlos Papel (nome completo Antonio Carlos dos Santos Moço) nasceu em 29 de março de 1952, no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro.
Começou sua carreira musical muito jovem — segundo relatos, aos 13 anos já atuava como cantor, compositor e violonista.
Nos anos iniciais, integrou o conjunto vocal-instrumental Grupo Fazenda Modelo (em 1976 lançou o LP Terra Boa pela CBS) enquanto ainda morava no Rio de Janeiro.
Em 1981, Carlos Papel participou e venceu o II Festival de Música Popular Capixaba, com a canção “Pôr do Sol”. Foi esse prêmio que levou à mudança para o Estado do Espírito Santo.
A partir daí, ao se radicar no ES, ele se inseriu na cena musical local, tornando-se uma das vozes significativas da música autoral no Estado.
Ele também compôs trilhas sonoras para cinema e teatro — por exemplo, participou da composição (com Beto Prado) da trilha do filme Os três palhaços e o menino.
Seu primeiro álbum solo significativo foi o LP Liberado, lançado em meados da década de 1980 após representar o Espírito Santo no Festival dos Festivais (Rede Globo) em 1985.
Em 1994, lançou o CD O Vôo das Tartarugas (edição independente ou sob selo local) que já demonstrava um estilo autoral ligado ao estado, à natureza e ao ambiente capixaba.
Em 2020, lançou o livro–songbook Carlos Papel Songbook, reunindo artes, partituras, letras e áudios de 24 composições, inclusive com partes em braile para acessibilidade.
Seu estilo musical pode ser descrito como MPB autoral, com fortes influências regionais, líricas que falam do Espírito Santo, da natureza, de Minas Gerais, de cenários brasileiros — mesclando violão, composição, e arranjos cuidadosos.
Em 2023, para celebrar seus 70 anos de vida e cerca de 57 anos de carreira, lançou o show “Carlos Papel 70 – Ao Vivo”, realizado em Vitória (ES), com gravação de áudio e vídeo de alta qualidade, e repertório que abrange toda sua trajetória incluindo inéditas.
Ele destaca que no Espírito Santo sua produção musical “triplicou” — nas suas palavras: “Tenho cerca de 200 canções gravadas e mais de duas mil composições.”
Além disso, ele é considerado entre os compositores mais gravados do Estado, e seu nome figura em estudos sobre a música capixaba como referência.
A mudança para o Espírito Santo marcou não só a geografia mas o contexto artístico: ele passou a ter como tema a paisagem, a natureza, os cenários do litoral, das montanhas, das comunidades locais.
A preocupação com acessibilidade também aparece quando lançou o songbook com letra, cifra, partituras em braile e QR codes para áudios.
Também houve momentos de reentrada: segundo registros de 2011, após um período de cerca de 15 anos sem estúdio, ele voltou com força em álbum Fora do Eixo, com produção autoral e financiamento independente.
Curiosidade
Embora carioca de nascimento, ele costuma ser referido como “capixaba de coração” e participou de festivais nacionais (por exemplo Festival dos Festivais — “Sol da Manhã”). Também compõe peças teatrais e trilhas.